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Os investimentos públicos e privados devem ficar 13% abaixo da previsão inicial feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o período de 2009 e 2012. O valor cairá para R$ 1,305 trilhão, enquanto a previsão anterior do banco era cerca de R$ 1,5 trilhão, divulgada em agosto de 2008, antes do agravamento da crise financeira. O BNDES também informou ontem que os desembolsos em 2009 devem somar até R$ 120,8 bilhões. Em 2008, os desembolsos do banco registraram recorde de R$ 92,2 bilhões de um total de R$ 121,4 bilhões aprovados , o que representa crescimento de 42% em relação ao ano de 2007.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, explicou que a redução mais significativa do investimento ocorrerá na indústria, para a qual a nova projeção estima uma expansão de 9,8% por ano dos recursos aplicados. Anteriormente, o banco projetava um crescimento médio anual de 14%. Ao todo, a indústria receberá investimentos de R$ 450,1 bilhões entre 2009 e 2012. A maior parte virá do setor de petróleo e gás, predominantemente da Petrobras, que concentrará R$ 270 bilhões dos R$ 317,7 bilhões previstos para a indústria de intensivos em recursos naturais (inclui petróleo e gás e mineração).
Coutinho ressaltou que esses números irão subir com a inclusão dos números do novo Plano Estratégico da Petrobras, que não estão contemplados nesse mapeamento. Disse ainda que a indústria de insumos básicos é a que mais vai sofrer com os efeitos da crise, em especial as produtoras de commodities voltadas para a exportação. Estamos esperando dois anos de esfriamento do mercado de países desenvolvidos, que são grandes consumidores desses produtos afirmou Coutinho. O BNDES identificou postergação de projetos principalmente nas áreas de siderurgia, celulose e papel e petroquímica.
Os investimentos em infra-estrutura ficarão praticamente inalterados, segundo o executivo. Estão previstos R$ 319,1 bilhões nesse segmento. Luciano Coutinho destacou que os projetos de infra-estrutura serão um dos principais sustentadores da manutenção do crescimento nos próximos anos. Metade do investimento previsto é muito firme, e não vai ceder. O efeito da crise nos investimentos aconteceu, mas é muito moderado observou. Os investimentos na construção residencial somarão R$ 535,7 bilhões nos próximos quatro anos. Coutinho classificou o setor como um dos mais importantes, e que também sofrerá poucos efeitos. Não há razão lógica para a economia brasileira comer o pão que o diabo amassou. Ela tem energia para ultrapassar esse período afirmou.
Efeito sobre a dívida pública
A Dívida Pública Federal deve terminar o ano de 2009 entre R$ 1,45 trilhão e R$ 1,60 trilhão, de acordo com o PAF (Plano Anual de Financiamento), divulgada ontem pelo Tesouro Nacional. Em 2008, a dívida federal encerrou o ano em R$ 1,397 trilhão, dentro da previsão feita anteriormente pelo governo (entre R$ 1,360 trilhão e R$ 1,420 trilhão). 10 questões para entender o tremor na economia. Veja as medidas anticrise já anunciadas no Brasil. Segundo o Tesouro, o limite de R$ 1,60 trilhão se deve ao aporte de R$ 100 bilhões que será feito pelo governo para reforçar o caixa do BNDES. Uma parte desse dinheiro será obtida pelo governo por meio da emissão de dívida. O Tesouro não divulgou o valor.
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