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Encontrar a felicidade no trabalho é uma meta de muitos profissionais. Com a chegada das novas gerações ao mercado, bem-estar, flexibilidade, propósito e senso de pertencimento se tornaram tão buscados quanto uma remuneração vantajosa e bons benefícios.
Entretanto, se alcançar a tal felicidade em ambiente corporativo não é fácil mesmo nas ocupações mais desejadas, em alguns trabalhos o desafio é ainda mais complexo. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Harvard, é possível, sim, considerar determinadas profissões um pouco mais infelizes do que outras.
Baixa satisfação
Ser feliz é algo subjetivo e ao mesmo tempo científico. Embora o estudo tenha metodologia voltada à análise dos sentimentos identificados, o intuito não é estereotipar profissões ou julgar que não é possível alcançar alguma satisfação ao executá-las.
Segundo a pesquisa conduzida pela universidade estadunidense, as ocupações mais infelizes são aquelas que fazem com que os trabalhadores sintam constante solidão. A falta de interação social é um aspecto que eleva a tensão e causa desânimo.
Tal lógica se aplica não apenas a profissões em que, de fato, a pessoa trabalha sozinha, como a de vigia noturno ou a de caminhoneiro, mas também a empregos que demandam de uma equipe, porém acabam fazendo com que o profissional se sinta deslocado ou fora de conexão com outras pessoas. Empregos em call centers, por exemplo, podem causar esses e outros sentimentos negativos, principalmente por terem que lidar com pessoas impacientes ao longo de toda a sua jornada de trabalho.
“Em um mundo onde a insegurança emocional só aumenta e doenças mentais, como burnout, ansiedade e depressão se fazem presentes em praticamente todas as organizações, proporcionar um ambiente saudável e propício para promover relações de qualidade entre as pessoas pode ser um fator crucial para a satisfação e bem-estar dos funcionários”, destaca a psicóloga e professora Heide Castro.
O estudo cita ainda, na lista de profissões infelizes, exemplos como atividades 100% remotas, principalmente nas áreas impulsionadas pela tecnologia, como varejo e delivery de alimentos.
“A descoberta surpreendente é que nossos relacionamentos e o quão felizes somos neles têm uma poderosa influência em nossa saúde. Se você está mais conectado às pessoas, você se sente mais feliz no trabalho e o desempenha melhor”, explicou Robert Waldinger, diretor do estudo, psiquiatra do Massachusetts General Hospital e professor de psiquiatria na Harvard Medical School, à CNN. “Cuidar dos relacionamentos também é uma forma de autocuidado”, acrescentou.
Nomeado “Harvard Study of Adult Development”, o levantamento é um dos mais longos já realizados, tendo iniciado em 1938 e envolvido mais de 700 participantes. A cada dois anos, os pesquisadores questionaram aspectos de sua vida social e profissional.
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